Nessa publicação, não se
pretende falar de maconha, de cocaína, de crack, de paco, nem de outra
droga. O assunto
é a crystal. Crystal é uma droga antiga, com grande poder
de destruição, mas pouco conhecida no Brasil. Trata-se de um estimulante
feito de uma anfetamina superpoderosa, contendo na sua fabricação, substâncias
químicas industriais e produtos de limpeza. Quando misturada a outras
substâncias, que a torna mais barata, é chamada de manivela.
É conhecida por gelo,
vidro, cristina, tina, crank, ice, speed e cocaína do operário. Também é
conhecida como “crank” ou “met”, por ser uma metanfetamina; é uma substância
produzida facilmente em laboratórios clandestinos que não requerem muito
dinheiro ou avançadas tecnologias para sua elaboração, e por isso ela é feita
em garagens e casas desocupadas ou destroçadas. A “crystal” tornou-se uma
substância de abuso entre adolescentes e adultos jovens no sudoeste dos Estados
Unidos. As manifestações clínicas mais aparentes pelo uso desse psicotrópico,
além das relatadas pelo abuso de anfetaminas, são as seguintes: irritação,
nervosismo, variações do estado de humor, depressão, medo, medo injustificado,
suspeitas, perda de peso e transtornos do sono.
A droga na forma de cristal
pode ser fumada em cachimbos de plásticos, na forma de pó é geralmente
cheirada, mas pode ser misturada em água e injetada. Pode ser injetada no ânus
por uma seringa sem agulha.
Sabe-se que a anfetamina
foi sintetizada em laboratórios pela primeira vez na Alemanha, em 1887. Em 1920
seu efeito psico-estimulante foi reconhecido e seu uso médico farmacêutico foi
autorizado pelos EUA. Na segunda Guerra Mundial a anfetamina foi utilizada para
dar mais energia e manter os soldados em estado máximo de alerta. Especialistas
acreditam que a droga é a mais poderosa que existe no mercado nos dias atuais,
um perigo que se alastra como uma praga. É mais barata que a cocaína e dez
vezes mais forte, sendo que os efeitos duram até dez horas. É mais viciante que
a heroína e mais destrutiva que o crack.
A sensação de euforia e o aumento do desejo sexual, produzidos pelas doses de dopamina liberadas no cérebro, estimulada pela metanfetamina, dão lugar a pânico, alucinações, agressividade, convulsões, falta de apetite, risco de derrame, colapso cardiovascular, corrosão de dentes e gengivas.
A droga está aliada a outro problema grave: o aumento do número de casos de Aids. É uma droga que libera a libido e estimula o usuário a ter inúmeras relações numa mesma noite, e na maioria das vezes, sem nenhum tipo de proteção, sendo que nos Estados Unidos, as maiores vítimas do Crystal são os homossexuais. Quem experimenta o cristal, entra em estado de euforia e hipersexualidade.
Tem sido comuns os danos
causados aos órgãos sexuais pelo excesso de atrito ou exagero no tamanho dos
brinquedos sexuais utilizados. Há registro de um estudante universitário que
usava cocaína e resolveu fumar o cristal para se masturbar. A excitação foi
tamanha e duradoura que só depois de 16 horas, quando o efeito diminuiu, ele
percebeu que havia machucado a pele do pênis e estava sangrando. Teve que ser
socorrido ao hospital.
A conscientização tem sido a principal arma da polícia americana. Tudo que se sabe sobre a droga, logo é repassado à polícia de várias partes do mundo, para evitar que o cristal chegue a outros países.
Não obstante, há registros de apreensões no Brasil, embora em número pequeno. Em abril do ano passado, a Polícia apreendeu um adolescente que transportava LSD, ecstasy e cristal de Foz do Iguaçu para Belo Horizonte.
A taxa de mortalidade por overdose de cristal nos EUA está elevadíssima. Pelos transtornos e dores que vem causando, a cristal vem sendo chamada de a Maligna.
Referências bibliográficas:
CURTI, Maria Luiza, O falso brilho do cristal – Anfetamina e Metanfetamina.
EPOCA, edição 434, 06/09/2006;
Programa Domingo Espetacular, exibido em 12/02/2006, www.rederecord.com.br, acesso em 28/04/09;
www.quedroga.com.br;
www.dominiofeminino.com.br.
Fonte: Jeferson Botelho